Infelizmente os teletransportes ainda estão presos aos
filmes de ficção. Ainda não podemos
viajar na velocidade da luz. Mesmo assim, hoje já é possível brincar de viajar
pelo mundo sem se preocupar com passagens, hospedagem ou condições do tempo.
Essa realidade nos é fornecida pelo Google (pois é, ele está em todo lugar)
desde 2005, através do Google Maps; um aplicativo que permite observar
praticamente todo e qualquer canto do mundo através de um satélite.
Ainda assim, olhar o mundo por um satélite
não lhe da a sensação de estar naquele exato lugar, certo? Foi assim que o Google
resolveu inovar mais uma vez. Em 2007, a empresa lançou o Google Street View,
um aplicativo revolucionário que permitia ver as ruas de uma cidade em imagens
panorâmicas, ou seja, possibilitando uma visão em 360º.
Da Universidade para o mundo
Como grande parte das tecnologias que usamos, o Street View
começou como uma pesquisa na Universidade de Stanford, no começo de 2005. O professor
Marc Levoy e um de seus estudantes resolveram testar uma tecnologia que permitia
tirar diversas fotos e as juntar, formando uma grande imagem. O co-fundador do
Google, Larry Page, se interessou e resolveu investir na ideia. Junto com alguns
poucos colegas, instalou diversas câmeras em uma van e saiu tirando fotos das
ruas de São Francisco.
Uma das primeiras vans utilizadas para capturar as imagens do Street View
Em menos de um ano, após aplicar melhorias nas câmeras e nos
softwares de desenvolvimento do produto, o Google Street View foi aprovado e
passou a ser produzido como um produto a ser vendido.
Em 2007, o serviço foi oficialmente lançado, disponível apenas
para São Francisco, Nova Iorque, Las Vegas, Miami e Denver. Sendo um sucesso instantâneo,
teve que receber novas alterações para poder se expandir. Hoje, está presente
em mais de 3.000 cidades em 47 países.
Transformando a magia em realidade
Video de apresentação do Google Maps com o Street View
Durante seus 8 anos de existência, o Google Street View teve
que receber diversas alterações e atualizações para poder oferecer toda a
experiência que tinha como objetivo. Seu primeiro protótipo era composto por 5
cameras de 5 megapixels e uma câmera “fisheye”. Hoje, são 8 cameras de 75 megapixels,
onde são tiradas pelo menos 15 fotografias de cada ângulo (que são processadas,
ajustando a exposição ao sol e as sombras).
Carro utilizado atualmente com a nova camera de 75 megapixels. Do lado esquerdo, um dos funcionarios utilizando uma mochila com a camera adaptada (utilizado no novo serviço Google Street Trekker)
Além das câmeras, cada carro possui 16 lasers (4 de cada
lado), que são responsáveis por medir a distância entre as câmeras e os prédios
capturados nas imagens, possibilitando a sensação de estar em um ambiente 3D.
Outra modificação necessária estava relacionada a problemas
de privacidade. O Google teve que criar um software que “borrasse” os rostos
das pessoas e as placas dos carros. Ainda assim, não é difícil encontrar
notícias de pessoas ou estabelecimentos indignados com seus súbitos
aparecimentos nas imagens do Street View.
Outra barreira que a empresa teve que quebrar foi em relação
as pequenos becos e ruas que os carros não conseguiam passar. Para isso, todo o
equipamento necessário para fazer as imagens foi adaptado em bicicletas,
possibilitando que praticamente qualquer lugar pudesse ser fotografado.
Ainda hoje, o Google Street View continua indo além. Novos
serviços são sempre adicionados. Em 2010, a empresa lançou a possibilidade de “viajar”
pelas montanhas congeladas de Vancouver. No mesmo ano, também passou a ser
possível observar as profundezas do mar. Atualmente, a empresa está produzindo
o Street View Tekker, que vai disponibilizar visões em 360º de diversas áreas montanhosas,
como por exemplo o Grand Canyon (segundo o próprio Google, esse novo serviço
pode até mesmo auxiliar as equipes de resgate em situações extremas).
O que começou como uma pesquisa de Universidade e que chamou
a atenção de uma das maiores empresas atuais, hoje continua quebrando barreiras
e se expandindo, fazendo com que cada vez mais, o mundo esteja dentro do seu
computador.
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